Belo Monte :
petição do Cacique Raoni

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NICOLAS HULOT COM O CACIQUE RAONI : "a história atropelou três vezes a civilização indígena" (comunicado e video)

NICOLAS HULOT COM O CACIQUE RAONI :

O cacique Raoni e Nicolas Hulot no patio do palacio do Eliséu, no dia 29 de novembro de 2012. © John Van Hasselt

"URGÊNCIA AMAZÔNIA", uma campanha da associação francêsa Planète Amazone, em parceria com o Instituto Raoni 
Durante sua intervenção na conferência de imprensa “Urgência Amazonia” do 30 de novembro de 2012, Nicolas Hulot expressou bem alto o que pensamos baixinho já há muito tempo : símbolo internacional da proteção da natureza e da cultura dos povos indígenas, o Cacique Raoni mereceria sem dúvida de se tornar premio Nobel da paz.

Desde sua viagem no território kayapó na primaveira de 2011, Nicolas Hulot apoia ativamente as ações do cacique Raoni para preservar os territórios indígenas na floresta amazônica ou para cancelar a barragem de Belo Monte.

No dia 6 de dezembro de 2012, ou seja, uma semana depois de ter acompanhado o cacique Raoni e sua comitiva no Eliséu, o ex-apresentador de TV e candidato á primária dos Verdes foi nomeado “correspondante especial para a proteção do planeta” pelo presidente da república francesa, François Hollande. Ele prometeu aproveitar esta oportunidade para continuar apoiando o cacique.

   

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CACIQUE RAONI : conferência de imprensa "URGÊNCIA AMAZÔNIA" - episodio 9
- Paris, Grenier des grands Augustins (atelier Picasso), 30/11/2012 -
Intervenção de Nicolas hulot, presidente da Fundação Nicolas Hulot para a Natureza e o Homem


   

Uma realização de James Amon para Amonimage Productions
Foco : James Amon,  Christophe Chauprade, Christophe Palluel, Mathieu Roger.

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"URGÊNCIA AMAZÔNIA", participantes da conferência de imprensa  do 30 novembro de 2012 no Grenier des Grands Augustins (Atelier Picasso), Paris : Raoni Metuktire, Megaron Txucarramãe, Bemoro Metuktire, Nicolas Hulot, Gert-Peter Bruch (Planète Amazone), Philippe Desbrosses (Intelligence Verte), Jan Kounen, Frédéric Amiel (Greenpeace France), Ronak Monabay (Les Amis de la Terre) / Tradutores : Arkan Simaan, Marcia Bechara e Cécilia Gutel.


 

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Nicolas Hulot : « A história atropelou três vezes a civilização indígena”  

Texto da intervenção na conferência de imprensa “Urgência Amazônia” do Cacique Raoni

  

“Gostaria primeiro agradecer Planète Amazone que contribuiu, com muitas dificuldades administrativas, para que o cacique Raoni pudesse vir defender sua causa – que alias, não é sua causa, mas a causa da humanidade. Obrigado por sua presença porque constato que, para este pequeno número de jornalistas presentes, o futuro do planeta é mais importante que o futuro de um partido político local e teria gostado ver mais jornalistas para um assunto tão importante.

Além disso, gostaria de apontar, apesar de certamente não precisar, que na voz, nas palavras e no discurso de Raoni só há respeito e amor. Ele tem a envergadura de um premio Nobel. Quando eu o escuto e olho para ele, lembro Mandela. Ele teria todos os motivos para alimentar algum tipo de rancor contra nós pois a história atropelou três vezes a civilização indígena : uma primeira vez com as consequências da expansão europeia; a segunda porque os livros de história não contam isso; a terceira vez é hoje, com diversas práticas continuamos profanando seus terriitórios e culturas numa indiferência quase geral.

Tenho a impressão que esta cena que assistimos ontem está se repetindo (a véspera desta intervenção, no 20 de novembro de 2012, Nicolas Hulot e o cacique Raoni encontraram o presidente François Hollande – nota da redação) com pensamento positivo, mas que as ameaças sobre os povos indígenas e a floresta amazônica – e consequentemente sobre toda a hummanidade – não param de crescer.

A última vez que encontrei com Raoni, foi há um pouco mais de um ano. Ele me recebeu com gentileza na sua aldeia, e a coincidência fez que estava junto com ele quando, do outro lado do mundo, ocorrereu o trágico acidente de Fukushima. Eu lembro muito bem este momento no qual o cacique Raoni tentava mostrar o absurdo dos cultivos de soja substituindo pouco a pouco a floresta amazônica para alimentar nosso gado europeu, enquanto o mundo corria o risco de uma reação em cadeia que assustava a comunidade internacional, científica e política. Eu pensava que tinhamos chegado a uma encruzilhada de civilização.

É um paradoxo que seja este homem que veio aqui, no nosso país, para nos dar uma mensagem de humanidade, nos lembrar que vivemos numa estreita faixa de tolerancia, que fazemos parte de uma única familia : a familia humana. É muito surpreendente, mas faz bem.

Espero, neste momento no qual nosso país testemunha posturas patéticas sobre a questão ecológica, que a presença de Raoni devolverá um pouco de altura nestas questões comentadas por todos sem que se tenha a conciência de sua gravidade e de sua importância. Desejo que isso seja benéfico para as duas partes e que tomamos conciência que devemos fazer de tudo a nível político, em particular neste momento de revisão da política agricola comum da União Europeia – a França tem um a voz importante – para que paramos de participar ao desmatamento e que escutamos as palavras de Raoni.

Repito mais uma vez : se Estocolmo pudesse nos ouvir e fazer de Raoni um candidato potencial para o premio Nobel da paz. Penso que isso tudo é coerente, neste momento da cúpula de Doha, neste momento da atualidade francesa. Gostaria evidentemente de agradecer o cacique Raoni e sua comitiva por terem cruzado esta distancia toda para nos lembrar estas verdades.” 

 

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Trechos extraidos da pasta de imprensa da campanha "URGÊNCIA AMAZÔNIA" :

 

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Nicolas Hulot : carta de apoio ao cacique Raoni

 

Paris, 10 de novembro de 2012

  

 

Caro Raoni,

Teve o privilegio de compartilhar momentos extraodinários na tua companhia junto com teu povo, no coração de teu território na floresta amazônica.

Depois de tantas dificuldades enfrentadas para proteger os teus e alertar os ocidentais sobre a necessidade de preservar o planeta, sobre a devastação do desmatamento maciço sofrido pelas floresta primárias, você deve doravante enfrentar a barragem de Belo Monte e suas consequências. Eu sei que você luta a cada dia para conservar esta esperança e esta determinação que te guiam há tantos anos, mas sei também o quanto a tristeza, o desespero e a cólera as vezes te consumam.

Será que, neste começo de século XXI, no momento em que a humanidade tem nas mãos o seu destino, podemos deixar destruir na indiferência quase geral a floresta amazônica? Parar esta heresia seria para mim um indício de civilização.

É por isso que faço este apelo a comunidade internacional e a França em particular para que não renunciamos a proclamar a determinação para proteger o povo Kayapó, assim como todos os outros povos indígenas, a por um fim ao desmatamento maciço e ao projeto de Belo Monte. Evidentemente, as autoridades brasileiras t~em responsabilidade, mas os atores económicos e políticos ocidentais têm também sua parte de responsabilidade.

Você tem toda minha amizade, minha estima e meu profundo respeito.

Nicolas Hulot, presidente da Fundação Nicolas Hulot para a Natureza e o Homem.

 


- Traduzido por Chico Libri -

 

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Leiam também nossos artigos de atualidade :

Cacique Raoni merece o Nobel da Paz, diz ecologista francês   

NICOLAS HULOT : "Raoni me rappelle Mandela" - interview exclusive, partie 1/2  (em francês)

NICOLAS HULOT : "notre avenir est lié à celui des indiens" - interview, partie 2/2 (em francês)

SOUTENEZ le combat de RAONI en AMAZONIE (em francês)

 

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* Planète Amazone, associação que se dedica à proteção das florestas tropicais et dos seus povos, repercutindo na Europa e em todo o mundo, a luta do Cacique Raoni através do seu site oficial (que administra) e através de ações orientadas.  

 

Date : 08/03/2013

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